FIFA 23 traz boas novidades, mas insiste em errar no básico | Análise / Review

Todo ano a EA Sports traz um novo FIFA, mas FIFA 23 será o último desta grande história. Os jogadores de videogame acompanham esta franquia há anos e fizeram dela uma das mais rentáveis de todos os tempos. Agora, em sua despedida da marca FIFA, a EA continua sua ideia de avançar a franquia com mais representatividade, melhores movimentos com o Hypermotion 2 e a continuidade do que vem dando certo – embora também tenha decidido continuar com o que vem dando errado há décadas.

Ainda assim, com tantos questionamentos, FIFA 23 vale a pena? O jogo saiu oficialmente no último dia 30 de setembro e, quem tem acesso ao EA Play, vem jogando há mais tempo. Então, muita gente já tem uma boa ideia de como está o jogo. Agora se você está em dúvida, vamos trocar uma ideia.

Muito conteúdo em FIFA 23

Uma coisa não podemos negar: com o passar dos anos, a EA foi adicionando mais e mais conteúdos diferentes em FIFA, transformando cada nova versão em um sandbox do gênero de futebol. Embora hoje em dia não tenhamos mais o modo história, como foi com Alex Hunter, temos o modo Volta. Porém, eu nunca fui fisgado por este modo e o vejo apenas como algo extra. No entanto, FIFA 23 traz tudo que você poderia imaginar para o gênero, como Ligas, Copas, Modo Carreira (que inclusive traz um baita conteúdo da série Ted Lasso, da AppleTV+) e claro, o já habitual Ultimate Team. 

Vamos tratar o UT do FIFA 23 de forma separada neste review. Contudo, saiba que o novo FIFA mantém a tradição e tem muitas opções de como se jogar um simulador de futebol. Quem gosta do online encontrará um grande playground. Porém, quem gosta do bom e velho offline não faltarão opções.

FIFA 23 é exemplo de nova geração?

Quando falamos em nova geração, já nos vem à mente o gráfico do jogo.  FIFA 23 faz bem neste aspecto, alternando entre um visual extremamente polido e competente.  Mas não é um salto absurdo quando pensamos no visual do PS4 ou XOne. Ainda que seja possível ver mais detalhes de perto em replays e sentir que o gráfico está incrível, o que importa mesmo é o campo. Existem boas adições, como danos na grama e muito mais, mas ainda parece faltar algo que salte aos olhos realmente, algo que mostre que o gênero de futebol está fazendo uso da nova geração.

Porém, quando penso em um jogo de futebol avançado, que possa romper barreiras com os novos videogames, já penso em Inteligência Artificial. Infelizmente neste aspecto FIFA 23 não avançou tanto, e os jogadores sem a bola parecem perdidos. Assim, muitas vezes você vê o atacante passando nas costas do seu zagueiro ou até mesmo a bola passando ao lado do jogador e ele não toma iniciativa. Certamente não é algo que a gente espera de um jogo que promete saltos tecnológicos no PS5, Xbox Series e PC. 

E por falar nestas três plataformas, agora temos a opção do Crossplay, o que aí sim é uma grande novidade para FIFA e chega em boa hora. Além disso, o som ambiente e a trilha sonora continuam incríveis e é algo que a EA faz com bastante cuidado. Existem inclusive muitas músicas brasileiras inseridas no jogo.

Jogabilidade nova ou apenas “diferente” em FIFA 23?

FIFA 23 até que tem um feeling diferente em alguns aspectos, como o chute e dribles. Mas no final das contas, é muito parecido com todos os FIFA da última década. Então, espere pelo mesmo sistema de gameplay com toques muito rápidos, sem estratégia e muitos jogadores deslizando, ao invés de correr. O famoso handicap continua trabalhando forte em momentos cruciais das partidas. Contudo, se você souber dominar a bola, tocar de lado e não se afobar, poderá controlar esse grande inimigo da diversão que é o handicap.

No feeling geral, FIFA 23 melhora o gameplay e entrega um game mais lento. Contudo, você pode acelerar as jogadas e dar sua própria forma de jogar, o que se espera de um futebol de verdade. Mas como todo jogo online, existem os recursos que são “meta”. Ou seja, que determinam quem pode vencer ao utilizar o que há de mais forte no jogo. Neste aspecto, então, vai depender da EA atualizar FIFA 23 de tempo em tempo para continuar fazendo o jogo ser competitivo sem que os jogadores tenham que apelar para os defeitos que o jogo possui, como o forte chute de trivela na ponta da área que na maioria das vezes vai resultar em gols.

FUT Champions com novo formato de entrosamento em FIFA 23

Uma das coisas que mais me chama a atenção no FIFA há anos é o FUT Champions. Embora este modo seja totalmente online, necessitando de conexão com a internet, ele traz diversos tipos de gameplays de FIFA 23. Podemos jogar contra a máquina no Squad Battle ou até mesmo reproduzindo momentos icônicos do futebol. Além disso, é possível fazer os DMEs dentro do jogo ou no aplicativo mobile do game. Assim, você pode conseguir bons jogadores mesmo não estando dentro do jogo.

No que diz respeito a criação do seu elenco, agora temos um novo modo de entrosamento. Desta forma, se antes era preciso ter jogadores da mesma liga ou do mesmo país, agora há uma forma mais distribuída de gerar o entrosamento no time. No final das contas é muito parecido com o que conhecemos, mas traz a sensação de maior liberdade na hora de gerar o seu time.

Conclusão – FIFA 23 vale a pena?

No final das contas, FIFA 23 foi me conquistando com o passar dos dias e vejo que, ainda que traga problemas antigos, é um bom jogo de futebol. Talvez o melhor FIFA dos últimos anos. O modo online está muito bom, o crossplay adicionou mais possibilidades e tudo que há no game passa a sensação de cuidado. Contudo, meu grande problema com o jogo é o handicap, os velhos problemas de gameplay e a falta de uma real evolução diante de uma versão de nova geração. 

Quem sabe no futuro, quando o novo jogo da EA for lançado, a gente não possa comemorar uma nova era dos games de futebol? Por enquanto, FIFA 23 é o melhor que temos.

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