Trek to Yomi é um dos jogos que chamou a atenção do público por muitos fatores. Mas antes de entrar nesses méritos, o game é desenvolvido por uma das empresas que vem se destacando no mercado independente, a Flying Wild Hog junto com Leonard Menchiari. Já a publicação fica por conta da Devolver Digital, especialista em jogos indie de altíssima qualidade.
O jogo consiste em uma aventura 2.5D, no qual controlamos um Samurai em busca de vingança, ao passo que deve enfrentar os perigos do mundo dos mortos.
Yomi, o mundo dos mortos do Japão
Cada cultura trata o mundo dos mortos de uma maneira diferente. Inferno, mundo de Hades, Yomi, Nilfheim para os nórdicos, enfim, muitas variações e conceitos do local que vamos depois que morremos. Pois bem, o Samurai Hiroki acaba numa situação completamente destruidora. Todas as suas atitudes refletem numa catástrofe e assim ele deve partir em busca de vingança e tentar recuperar sua honra. Para isso, Hiroki precisa percorrer os caminhos mais frios e tenebrosos do mundo dos mortos. Essa trajetória é altamente significativa e mostra parte do que o samurai fez em vida de uma maneira distorcida. Lidar com isso, manter a mente sã, fazem parte dessa jornada incrível.
Cinema Japonês e sua representatividade
Trek to Yomi busca uma estética muito característica, a qual lembra, e muito, Akira Kurosawa e seus filmes lendários dos anos 50/60. 7 Samurais, Yojimbo, Rashômon e muitos outros do estilo estão, de alguma maneira, com sua representação dentro do game. Trek to Yomi, além de ser preto e branco, tem um filtro que nos remete aquela estética de Kurosawa. Também busca a temática, a dramaticidade e toda a narrativa antes contada pelo diretor e que tanto foi premiada e reconhecida mundo afora. O que os produtores conseguiram passar no sentimento do game foi brilhante.
Gráfico x Direção de arte
O Gráfico do game não é de se encher os olhos. Ainda há, certamente, muito espaço pra melhorias. O game é visto com uma distância do personagem, porém quando a câmera chega mais perto para uma cut scene fica perceptível que os modelos poderiam ser melhor construídos, entretanto a direção de arte, ou seja, a estética compensa a simplicidade.
O jogo, como disse anteriormente, é todo em preto e branco. O sentimento do game é todo passado pelo cenário. Ora pegando fogo, ora inundado, ou até mesmo tudo destruído, você passa por cenários riquíssimos em informação e os planos fazem tudo ficar mais criativo. Vale destacar que muitas vezes você não está no primeiro plano. Trek to Yomi te coloca em situações onde você está no segundo, terceiro plano e isso é fantástico.
A Câmera de Trek to Yomi é pra ser aplaudida
Acho que uma das partes mais criativas e mais legais do game é a câmera. Falamos dos planos anteriormente, o que também é algo muito interessante, mas a câmera brilha. Em certos momentos, você precisa jogar, obrigatoriamente, em 2D pra combater. Inimigos te atacam de frente e de trás, com alguns saindo do plano pra tentar te surpreender.
Noutros momentos você joga com a câmera 2.5D, ou seja, você tem alguma liberdade de profundidade, mas ainda assim há muitas limitações. Nessas horas, você poderá explorar um pouco os locais, nos quais você pode encontrar itens importantes para uper seu personagem, ou até mesmo encontrar atalhos que possam ativar armadilhas para os inimigos.
Trek to Yomi te transforma num samurai
Ao longo do jogo, você adquire habilidades que te fazem um mestre samurai. Inicialmente, você possui combos muito simples e básicos. Porém, durante a trajetória de Hiroki, novos movimentos de espada e de defesa incorporam no seu herói e assim você fica mais poderoso pra enfrentar as criaturas do Yomi e os bandidos no plano terreno.
Não há nenhuma mecânica de upgrade, elas apenas vão adicionando de acordo com a sua progressão. Ataques rápidos, combos maiores, golpes giratórios, defesa automática, enfim, vários movimentos te fortalecem pra enfrentar os oponentes. Também há 3 diferentes tipos de ataque a distância. São eles: Kunai, Arco e flecha e arma de fogo. O primeiro é um “tiro” veloz, mas com pouco dano. Já o 2º tem um dano médio e uma velocidade mediana. Entretanto, o terceiro, que é a arma de fogo, tem um dano alto, porém o tempo de preparação e de recarregar te coloca num perigo absurdo.
Concluindo
Trek to Yomi é um jogo de muito bom gosto. O game está dublado em sua totalidade com voice acting em Japonês (muito bem dublado, por sinal). Acredito que poderia ter mais tempo de jogo. O game dura em torno de 7 horas, mesmo sendo horas bem divertidas, poderia estender um pouco mais, explorando, de repente, mais o Yomi. De todo modo, Trek to Yomi faz um papel muito bacana de um jogo “tiro curto” e mais um indie muito bem descoberto pela Devolver Digital. Vale destacar que seu criador, Leonard Menchiari, é um film-maker fã de Kurasawa. O rapaz estava iniciando o projeto solo e depois de enxergar potencial, a DD veio com a FWH e ajudou na conclusão do projeto.
Recomendo para aqueles que curtem uma viagem ao Japão Feudal, gostam da temática Samurai, fãs de Kurosawa e de uma boa aventura em 2/2,5D.
Confira a análise logo abaixo em vídeo no canal do Combo Infinito.
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