domingo, 6 de fevereiro de 2022

Sifu leva o Soulslike para o Kung Fu | Análise

O retorno dos games de artes marciais

Em 2017, a Sloclap juntamente com a Devolver Digital trouxe Absolver, uma experiência PvEvP de arte marcial, onde os jogadores se enfrentavam para provar seu valor. Dito isso, esta experiência inspirada no que For Honor foi e vem sendo, passou longe do radar dos jogadores. Entretanto, quase 5 anos depois, a Sloclap, novamente, retorna com uma experiência em artes marciais, agora com o Kung Fu. Assim, Sifu é a mais nova aposta do estúdio, porém desta vez, diferentemente de Absolver, o mais novo título tem uma história mais desenvolvida e um combate mais refinado, que lembra bastante os clássicos filmes de Jet Lee, Ong Bak e Jack Chan.

Dito isso, Sifu tem estreia programada para o dia 8 de fevereiro para PS5/PS4 e PC, via Epic Games Store. Mas afinal, do que Sifu se trata? Será que a Sloclap trouxe evolução após Absolver?

Sifu é uma grata surpresa.

O clássico conto de vingança

O jogo se inicia de uma forma atípica de se iniciar um game, onde normalmente controlamos o protagonista. Dito isso, após presenciar a morte de seu pai e de todos os membros da academia de arte marcial, por uma gangue desconhecida, nosso protagonista entra em uma jornada para vingar a morte de seu pai. Para isso, ele deve eliminar os cinco membros desta gangue que agora estão espalhados e muito bem protegidos por seus capangas.

Sifu em muitas vezes se parece com Shenmue e toda a jornada de Ryo Hazuki onde também tenta vingar a morte de seu pai. Em outros casos, toda essa sede de justiça que o torna imparável me fez lembrar os clássicos filmes de Jet Lee. De todo modo, embora com todas estas comparações, Sifu tem sua própria carga emocional e seu jeito de desenrolar sua narrativa que sempre que possível se ramifica em escolhas de diálogos. Assim, esses diálogos algumas vezes evitam um embate, em outras não mudam o curso de sua jornada.

Em adição, o personagem que controlamos é frio, centrado e de poucas palavras. E isso reflete em toda a carga emocional que a trama, bem como a firmeza e a violência do combate, que nosso protagonista executa para com os inimigos, busca passar. Assim, nada e ninguém o fará parar até que os responsáveis paguem.

Em resumo, se você é um amante de filmes de artes marciais você vai mergulhar fundo na jornada de vingança do protagonista de Sifu.

O Kung Fu é uma arte marcial de paciência

O grande charme de Sifu está em seu combate inspirado no Kung Fu. Assim, essa arte marcial requer concentração, sobretudo paciência. Dito isso, embasados nestes dois conceitos foi em que o combate do game se baseou. A Sloclap conseguiu trazer elementos do combate soulslike, em principal de Sekiro: Shadow Die Twice – e já explico para você a razão – para as mecânicas de combate envolvendo o Kung Fu com bloqueios, contragolpes e esquivas. E é nessa trindade de combate que Sifu se assemelha com Sekiro, mas claro com todo sua peculiaridade. Quando a Sloclap disse que o tempo de jogo dependeria de seu nível de habilidade, ela foi verdadeira em cada uma de suas palavras. Sifu não é um jogo fácil e a ausência de uma opção de dificuldade torna sua jornada mais orgânica e adaptativa conforme você tenta melhorar dentro do jogo.

Quanto à sua semelhança com Sekiro, isso está mais atrelada às mecânicas de bloqueio e na quebra de postura dos inimigos e da sua própria quebra de postura, que como bem sabemos o souslike de samurai da FromSoft utilizou. Assim, Sifu não é um Sekiro do Kung Fu, longe disso. Mas toda sua dificuldade, seu combate cadenciado e todo este aspecto de bloquear ataques e quebrar postura , eu posso dizer que Sifu levou o soulslike para o Kung Fu.

Em suma, uma coisa é certa, Sifu vai te desafiar, mas também vai te motivar a ser mais cirúrgico em cada movimento e golpe ou em defender mais e esperar o momento certo para usar suas habilidades Kung Fu. 

Reviver é o grande dilema em Sifu

Nosso protagonista possui um talismã capaz de ressuscitá-lo após morrer durante o jogo. Contudo, reviver no jogo será algo que afetará de forma acumulativa a idade de nosso personagem. Em outras palavras, ao morrer em um cenário, um contador de mortes será registrado. Dito isso, você tem a opção de desistir e evitar morrer ou ressuscitar o personagem e dar continuidade a sua jornada. Contudo, ao optar por revivê-lo, isso fará com que sua idade aumente em um ano, referente a uma morte contabilizada no seu registo de mortes durante a missão. Ademais, essas mortes são cumulativas, conforme você avança e não opta por reiniciar o nível do começo. Caso contrário, o contador de mortes é zerado.

SIFU

Assim, o grande perigo de dar continuidade e não optar por começar a missão do início é a quantidade de mortes que você pode adquirir durante a missão, bem como quebrar de seu talismã de tanto reviver o personagem. Após usar todas as moedas presas no cordão [talismã] e em seguida você morrer, automaticamente haverá “game over”, então seremos levados para o início da missão novamente.

SIFU não terá opções de dificuldade em seu lançamento, afirma dev

Por outro lado, mediante a todo este dilema de você saber administrar seu número de mortes e a durabilidade do seu talismã conforme você revive, o game te dá uma válvula de escape com certas recompensas pelo cenário onde você pode escolhê-las de acordo com sua quantidade de XP, sua pontuação e sua idade. Ademais, Sifu também concede a diminuição do número de mortes registrados após você vencer um grupo de inimigos ou inimigos especiais, ou através das recompensas, por uma certa quantidade XP. Por fim, os caminhos alternativos e itens encontrados em sua primeira tentativa ficam registrados possibilitando, assim, uma estratégia melhor na conclusão da missão.

Em resumo, Sifu te fará ser mais paciente e fazer cada golpe valer a pena , onde reviver nem sempre é a melhor opção. Pois, conforme você revive e sua idade aumenta seu personagem fica mais velho, logicamente, com isso sua saúde diminui e seu poder de ataque aumenta. Dito isso, está em suas mãos a escolha de reviver ou reiniciar tudo e tentar ser melhor. 

Sifu é uma grande homenagem aos filmes de artes marciais

Embora Sifu te desafie desde os mais fracos dos capangas até o membro da sua lista negra, as coreografias dos movimentos, o impacto dos golpes e a plasticidade do combate é o que há de mais gostoso e prazeroso dentro do jogo. Dito isso, não importa quantas vezes você se exalte por enfrentar um inimigo apelão, no final ao combinar seus golpes e executar finalizações te trará um sentimento de recompensa único, o que certamente vai te manter fiel ao desafio de concluí-lo. Assim, a mais nova obra da Sloclap é uma verdadeira homenagem à cultura das artes marciais, em específico o Kung Fu, bem como aos filmes de artes marciais num modo geral. Seja nos combates com suas coreografias criveis, seja em sua trilha sonora marcante.

Em adição, Sifu é detentor de uma IA excelente. Assim, espere por inimigos reagindo a seus golpes e se desviando de alguns; acertando um aos outros ou usando o cenário para te surpreender de alguma forma.

Por fim, toda essa atmosfera nos remete a boas referências e nos faz sentir um grande mestre do Kung Fu com o simples toque de botões.

Ressalvas…

Mediante a tudo que citei acima, Sifu só peca em alguns designers de ambientes que nos prejudicam na hora das lutas. Embora nosso personagem seja capaz de sobrepor certos obstáculos, na hora do combate a esquiva muitas vezes é a melhor escolha e isso pode ser um problema quando nosso personagem trava em algum obstáculo. Isso também se estende a alguns cenários nas boss fighters, que não ajudam a vida do jogador na hora de se enfrentar os cinco membros da gangue.

Mas afinal, Sifu é tudo isso mesmo?

Sifu foi uma grata surpresa para mim. Investir inúmeras horas nesta jornada de vingança, que leva o soulslike a atuar em um novo gênero, me desafiou, mas também me contemplou com bons momentos ao eliminar grupos de capangas e a cada membro da nossa lista negra. Sifu é desafiador e a falta de opção de dificuldade irá, certamente, gerar bastante “mi-mi-mi” em seu lançamento. Em suma, sua jornada não será fácil, mas o conjunto da obra é contemplativo e não te fará descansar até cumprir sua busca por vingança e se tornar o mestre do Kung Fu.

Portanto, não subestime Sifu, se não você pode acabar Sifu…

Por fim, acompanhe tudo que está acontecendo no mundo dos games clicando aqui. 

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