sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Chorus é um misto de acertos e erros | Análise

Chorus é a mais nova experiência de batalha espacial

A minha última experiência com games de batalha espacial foi em 2018 com Starlink: Battle for Atlas. Este game da Ubisoft trouxe novamente o gênero de batalha espacial aos holofotes e confesso que me diverti no controle de uma nave espacial, porém Starlink sofreu com uma progressão repetitiva. Dito isso, após 3 anos dessa minha experiência com Starlink, novamente retorno a jogar um game de batalha espacial.

Chorus é o mais novo game do gênero desenvolvido pela Deep Silver que promete uma experiência mais profunda e expansiva das batalhas espaciais. Assim, com lançamento no dia 3 de dezembro para PS5/PS4, Xbox Series/One e PC, será que Chorus vai dar ao gênero de batalha espacial a atenção que merece? E a resposta é sim. O título traz ótimas ideias, porém são mal executadas.

Portanto, te convido a embarcar nesta análise e conferir o que achei desta aventura espacial que traz boas referências a Star Wars e Mass Effect.

Uma combinação perfeita de Mass Effect com Star Wars

Não posso iniciar esta análise sem mencionar o que me fisgou nos minutos iniciais do game, sua direção de arte. Embora os controles sejam bem complicados no início, o visual de Chorus me conquistou à primeira vista. Dito isso, o que temos aqui é uma influência pesada de Mass Effect oferecendo, assim, todo aquele vislumbre de estruturas espaciais abandonadas. Assim, é incrível como a cada novo local que somos apresentados há uma estrutura encantadora ou um planeta com sua beleza particular. Não há como não parar inúmeras vezes para fazer jus do modo foto e tirar lindas screenshots.

 

Enquanto fui consumido por tamanho primor na direção de arte de Chorus, os combates fazem o que Starlink: Battle for Atlas e Star Wars: Squadrons não conseguiram fazer, dando ao jogador a sensação de estar, de fato, em uma batalha espacial. E isso é possível graças ao design de áudio dos tiros a laser, do canhão ou de metralhadora da sua nave, bem como nos barulhos das naves sendo destroçadas. Tudo é muito crível quando estamos no controle de nossa nave e acompanhamos uma nave inimiga e vemos ela ser explodida na frente de nossos olhos na medida que vemos seus destroços sumirem no espaço. Vou confessar que me senti um membro da Resistência, em Star Wars, destruindo as naves do Império.

Em suma, depois que você se familiariza com as mecânicas de manuseio da nave, explorar e destruir naves se torna algo viciante e gostoso de se fazer. Contudo, esse clima é quebrado quando somos colocados em locais fechados e com obstáculos, onde se torna estressante pilotar sua nave, em principal nos combates. 

Elementos de RPG que caíram muito bem

Por fim, além de controlar sua nave, você poderá customizá-la com peças que você desbloqueia concluindo missões. Assim, esta variedade de acessórios, classificadas por raridade, dão uma dinâmica nos combates, onde você escolhe seu estilo de abordagem. Ademais, há desafios que se baseiam em ações específicas que você deve fazer, as Maestria, onde conforme você faz essas específicas ações seu nível nesta específica ação evolui e lhe traz vantagens durante os combates. Por exemplo, há uma maestria baseada em armas onde você deve matar com laser, canhão e metralhadora, conforme elimina com algumas destas armas você evolui de nível, que vai até o nível 5, e como recompensa ganhará vantagens. E isso se expande quando você explora ou o quanto esquiva dos ataques de inimigos, por exemplo. Assim, estes aspectos de RPG fizeram muito bem ao game e inovou o gênero e toda sua dinâmica de gameplay.

Chorus oferece um mundo semiaberto com missões idênticas

Aqui iniciamos os problemas que Chorus trouxe consigo. Embora o título seja um primor, no que tange sua alegoria artísticas, Chorus é detentor de um sistema de missões confuso, onde onde não sabemos se estamos em uma missão principal, da história, ou em uma atividade secundária. Por exemplo, estamos em meio a uma missão principal e do nada surge uma missão secundária no mapa. Isso para quem gosta de explorar, como este que vos escreve, é algo tentador e, certamente, vai tirar nosso foco do objetivo principal. Assim, o grande problema desta desorganização é que se decidirmos em não dar continuidade ao objetivo principal e optamos por ir no objetivo secundário, o jogo não possibilita isso.

Ademais, outro detalhe são as estruturas de missões idênticas. Fale com “X” inicie um diálogo, resolva o que tem que resolver, enfrente hordas de naves inimigas e pronto. Esse rito será o que você mais verá nas missões do game, sejam as da história, sejam as secundárias. Em adição, também temos eventos aleatórios onde devemos salvar membros da resistência das forças inimigas em locais aleatórios do mapa. Porém, só se limitam a isso.

O piloto e sua nave

A trama de Chorus não traz sua origem, ela começa em um evento específico, onde conhecemos Nara, a protagonista do game. Assim, de forma resumida, assumimos o controle de Nara em uma missão para destruir o culto sombrio que a criou. A personagem era membro deste culto, porém se tornou uma desertora após destruir um planeta a serviço de seu superior, a qual a criou. Tal atitude a fez rever seus conceitos e abandonar a todos, e buscar redenção.

Dito isso, o grande foco da história está na interação de Nara e seu alter ego, e de sua nave Forsaken, dotada de uma IA. Ao longo da jornada vemos muito desta interação, porém o que mais carece dentro desta narrativa é carisma, e isso inclui a personagem. E isso se deve às animações de baixo nível, onde a personagem é totalmente inexpressiva. Deste modo, a falta de carisma e de animações mais trabalhadas fazem desta história a alegoria menos importante de todo o escopo. É compreensível não vermos Nara fora de sua nave, pois sua jornada toda será viajando por galáxias. Contudo, o momento de tornar a personagem carismática e inesquecível deveriam ser nas animações e isso não presenciamos.

Mas afinal, Chorus é tudo isso mesmo?

Chorus é um misto de acertos e erros. O título me trouxe bons momentos de jogatina destruindo naves e me apaixonando por seu visual artístico. Contudo, suas falhas são perceptíveis e mancham a experiência do game num modo geral.

Em suma, a mais nova aposta da Deep Silver inova o gênero de batalha espacial que pouco vemos dentro da indústria. Contudo, suas falhas põem em risco sua qualidade como produto. De todo modo, se você se arriscar em jogar, lhe garanto que você irá se deleitar em intensas batalhas espaciais em uma galáxia linda aos olhos.

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