Kena: Bridge of the Spirits marca a estreia de uma empresa de animação, Ember Lad, no mundo dos games. Essas duas linguagens emprestam algo uma para a outra, mas a migração dessas industrias é algo que não é fácil de fazer. Contudo ambas exigem muita dedicação, precisão e esmero.
Quando o game apareceu pela primeira vez, a expertise da Ember falou mais alto. Uma animação deslumbrante com um estilo cute no design não demorou pra fazer as pessoas se interessarem por esse projeto. Foi então que Kena BOTS surgiu como um dos jogos bastante aguardados do ano.
Kena: Bridge of the Spirits tem CG’s lindas
Esse talvez seja um caso típico de que a CG te deixe de queixo caído. A qualidade da imagem, a composição da cena, a música, a mensagem, tudo contribui para uma experiência muito forte. Esse era o principal ponto que a Ember Lab não podia errar, e mataram a pau. Ao longo do jogo não vemos muitas, mas aquelas que dão o ar da graça passam um sentimento especial e mostram de cara que esses caras realmente sabem o que fazem com animação.
Acho que foram inteligentes na hora de trazer essas CGs, pois em muitos casos, conseguiu dar o efeito desejado para o jogador. Momentos de tristeza e melancolia vinham acompanhados de cenas relatando o motivo de todo o problema daquele universo.
Uma história espiritual e reformadora
Não tem como falar de Kena, sem citar a narrativa voltada para a espiritualidade. Mas detalhe, isso não nada a ver com religião, apenas a forma nua e crua de enxergarmos a magia que a vida faz acontecer. Assim sendo, mergulhamos em uma vila que está “amaldiçoada” e sendo tomada por uma espécie de corrupção da natureza. Certamente algo de muito grave ocorreu naquele local e você, Kena, uma guia espiritual com poderes especiais, precisa encontrar a fonte de todo o mal que assola a vila.
No meio do caminho você encontra espíritos que precisa de ajuda para encontrar o “caminho”. Nessas jornadas, cada qual com seu objetivo, você enxerga Kena como o título do jogo diz, a ponte dos espíritos. O papel da garota é justamente facilitar e libertar os nós que os amarram na terra e os ajudam a seguir em frente.
Acho que a história vai muito além do que ela realmente conta. Ali existe uma mensagem intrínseca muito importante que é justamente a luta da natureza com aquele que faz mal a ela. Isso é resultado da interferência excessiva e o desespero da humanidade em benefício próprio. Ao passo que também fala da própria reforma íntima, do perdão, do arrependimento e da mágoa. Tudo isso é alimento para o desequilíbrio.
Kena: Bridge of the Spirits aposta num gameplay simples, mas desafiador
Um dos grandes pontos positivos do jogo é o gameplay. A Ember lab jogou safe e apostou em uma simplicidade eficiente nos golpes e movimentos da personagem, mas criou uma rede de complexidade nos inimigos. No total são 3 grandes “chefões”, mas o jogo todo é necessário enfrentar vários outros mini chefes tão desafiadores quanto os principais. E é aí que eu achei o trabalho dos caras brilhante. A movimentação dos inimigos, o dano causado alto, dano sofrido baixo, velocidade, timing de escape e o famoso bate e sai, não chega fazer desse jogo um Souls Like, mas com certeza tem uma inspiração forte.
Em Kena: Bridge of the Spirits você possui apenas 3 armas para combater. Um cajado, um Arco e uma bomba. A árvore de habilidades é bem curta, mas te proporciona pensar em algumas estratégias. Vale destacar que nenhuma dessas habilidade te fará mais forte, ou seja, o máximo que você pode fazer é ganhar novos golpes e quantidade de ataques.
Um dos elementos que te darão mais possibilidade de enfrentar chefes difíceis é quando você encontra pontos de meditação, ali você consegue aumentar a barra de vida por alguns milímetros, o que faz toda a diferença nos chefes grandes.
Os ROTS são um capítulo a parte
Os rots são aquelas criaturinhas pretas que apareceram no trailer. Elas tem um papel essencial em todos os aspectos do jogo. Tanto na parte da narrativa, como do gameplay e principalmente no visual, os Rots se destacam e entregam um carisma especial. Fofinhos, bonitinhos, pequenininhos, mas não inofensivos. O gameplay desses bichinhos precisava de um capítulo a parte pois há momentos importantes que eles participam do combate, mas na maioria das vezes resolvem puzzles e ajudam kena a seguir em frente.
Aliás, uma coisa importante precisa ser dita, o jogo contém muitos puzzles e locais secretos, logo não é só de combate que vive Kena: Bridge of the Spirits.
Pois bem, essas criaturinhas são uma força da natureza que vem para auxiliar Kena em sua trajetória. Há algo muito especial sobre elas que você só descobrirá no decorrer do game, portanto, sem spoilers, vale a pena terminar o jogo.
Durante sua jornada, você poderá explorar bastante o cenário para encontrar Mais Rots. Ou seja, quanto mais pequeninos você tiver, você subirá de nível e ganhará uma ação a mais com eles. Numa batalha, uma ação de Rot é extremamente importante. Ela te traz vantagens ofensivas, mas principalmente defensivas. Os recarregadores de vida só poderão ser acionados se os rots destruíram a corrupção da planta que te dá esse benefício. Enfim, há muitos papéis importantes dessas criaturas fofas que são essenciais para Kena: Bridge of the Spirits ganhar carisma +1.
Nem tudo são flores
O desafio da Ember Lab é grande. É uma empresa pequena, ingressando no mundo dos games e com uma responsabilidade enorme de ser um título que as pessoas aguardavam bastante. Pois bem, no geral eles tiveram êxito nesse ingresso, mas não escaparam de problemas.
Ao longo da jornada encontrei alguns bugs. Buracos abertos no cenário que não deveriam estar ali, travamento da personagem no cenário, umas leves quedas de fps e alguns problemas de textura.
Na minha opinião, o mapa também poderia ser melhor pensado. Talvez mais detalhado, com mais pontos de interesse, pra que assim a exploração fosse mais convidativa e mais assertiva.
Concluindo
Kena: Bridge of the Spirits é um jogo encantador. Há coisas para serem corrigidas, ajustar e refinar uma coisa aqui e ali, mas o projeto foi redondinho e muito competente. Acredito que ouviremos falar muito nessa empresa, Ember Lab, que veio da animação para trabalhar com jogos e espero que tenham vindo pra ficar. Belo visual, história com uma mensagem linda, gameplay de combate bem feito, chefes desafiadores e um carisma super interessante.
Confira as nossas primeiras impressões e a análise no canal do Combo Infinito.
Nota: 9
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